Quando falamos de conquista logo nos vem à mente o personagem bíblico chamado Josué. Mas, na verdade, o maior conquistador da Bíblia não foi Josué, mas Davi. Enquanto Josué conquistou em torno de 20% da terra prometida, Davi conquistou o restante dos 80%. Ele alcançou esta façanha em apenas sete anos, os primeiros de seu reinado. Davi foi o grande conquistador da Bíblia. Dentre todas suas singularidades, Davi possuía duas características que o acompanharam e fizeram dele este grande conquistador: Davi era um guerreiro e um adorador.
Ser guerreiro e ser conquistador faz sentido. Mas o que a adoração tem haver com conquista? Esta é uma pergunta que não sai de minha mente. Há muito tempo venho me perguntando por que Deus se agrada tanto da adoração. Algumas vezes tive a pretensão de tentar pensar como Deus pensa e entender por que a adoração é tão importante no contexto da conquista.
Sei que meu Deus não é um Deus narcisista que quer todas as honras por se achar muito bom. Também sei que o Deus da Bíblia não responde a bajulação. Ou seja, a adulação como meio de alcançar favores não funciona com o Deus de Israel. O Deus da Bíblia olha o coração e não atenta para simples palavras. Por isso a adoração não é um ato de satisfazer um Deus que necessita ser lisonjeado simplesmente para satisfazer seu ego e como conseqüência ter suas benesses.
Além disto, fico intrigado sobremaneira, pois a palavra de Deus liga o avivamento dos últimos tempos com a restauração do tabernáculo caído de Davi. Em outras palavras, o grande mover de Deus dos últimos tempos está diretamente vinculado com a restauração da verdadeira adoração como diz as Escrituras:
“Conferem com isto as palavras dos profetas, como está escrito: Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de suas ruínas, restaurá-lo-ei. Para que os demais homens busquem o Senhor, e também todos os gentios sobre os quais tem sido invocado o meu nome...” (Atos 15:15-17)
Muito pode ser dito sobre o que representa o tabernáculo de Davi. Dentre tantas outras coisas poderíamos afirmar que a restauração do tabernáculo de Davi representa a restauração de algumas coisas como:
1. O louvor contínuo (24 horas por dia).
2. A restauração do louvor em toda sua inteireza (especialmente o louvor apostólico e profético).
3. A união entre o sacerdócio e o governo (reis e sacerdotes).
4. A beleza e esplendor do louvor.
5. Mas especialmente a restauração do verdadeiro “espírito de adoração”.
Uma vez que o tabernáculo de Davi representa a verdadeira adoração, poderíamos pensar que se reproduzíssemos as atividades que se sucediam naquela tenda, estaríamos adorando como Davi e conseqüentemente teríamos os mesmos resultados que Davi obteve. Porém, o Senhor Deus foi tão cuidadoso que não nos deixou registrado muita coisa sobre este tabernáculo para não incorrêssemos no erro de imitarmos aspectos físicos e visuais pensando que adoração acontece no mundo físico. O próprio Senhor Jesus disse que o Pai está buscando adoradores que o adorem em espírito e em verdade (Jo 4:23-24). Desta forma, a adoração não é apenas um compêndio de lindas expressões sonoras e visuais, mas uma manifestação espiritual.
Continua ...
Ricardo Wagner, apóstolo.