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Estudos da Célula

RELACIOMAMENTOS
 

RELACIOMAMENTOS (Ricardo Wagner, ap.)

Por incrivel que pareça, a palavra discípulo (em grego “mathetes”) está escrita 260 vezes no NT da Palavra de Deus, ela só aparece nos livros de Mateus, Marcos, Lucas, João e Atos. O apóstolo Paulo não usa esta expressão nenhuma vez em suas cartas, como também nenhum outro escritor do NT, com exceção dos 4 evangelistas.

Isto nos causa uma indagação. Porque Paulo, o maior implantador de igrejas na Bíblia e aquele que levou o evangelho para o mundo naquela época, não usou a palavra “discípulo” para aquelas pessoas que o estavam seguindo.Talvez a resposta está no VT, quando entendemos o que discípulo representava naquela época para os judeus em contrapartida ao que significava para o mundo greco-romano.

Temos poucas vezes a palavra “discípulos” escrita no VT. Praticamente ela é usada apenas 9 vezes no livro de II Rs (2:3,5,7,15; 4:1,38; 5:22; 6:1; 9:1), referindo-se aos “discípulos dos profetas” (Elias e Eliseu). A palavra usada em hebraico nestas 9 vezes é a palavra hebraica “ben”, que significa literalmente filho.

Desta forma fica claro que o conceito de discípulo para os judeus e também para Jesus, tinha a conotação de filho. Por isto Jesus antes de subir aos céus disse “não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros” (Jo14:18).

Jesus estava se colocando justamente numa posição de pai para seus discípulos, seus filhos (espirituais). Isto nos mostra que a relação de Jesus com seus discípulos ia muito além de apenas um professor (mestre) que transmitia conhecimentos aos seus alunos.

Quando, porém, o apóstolo Paulo sai para pregar fora da cultura hebraica, ele usa outra palavra para se referir aos discípulos, porque para o mundo greco-romano naquela época, a palavra discípulo não tinha a mesma conotação do que para os judeus. Para os gentios a palavra “mathetes” não tinha o significado de discípulo como filho, mas significava um aluno, um aprendiz, não tendo o tutor um relacionamento mais próximo com seu aluno.

Por isto Paulo escreve aos Coríntios, que eles poderiam ter muitos “preceptores”, mas ele se coloca numa posição de pai (espiritual) para eles.

I Co 4.15 – “Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus.”

A palavra para preceptores neste versículo é a palavra grega “paidagogos” de onde vem a palavra pedagogo. Paulo justamente está fazendo esta comparação que, apesar que muitos poderiam estar ensinando os Corintios, ele, Paulo, era o verdadeiro pai. Paulo muda a forma de chamar seus seguidores de discípulos para filhos, pois queria justamente demonstrar que a relação na igreja não deve ser apenas formal de professor-aluno, mas de pai-filho. Isto faz com que haja um verdadeiro compromisso do “pai” formar o “filho” em todos aspectos de sua vida, não apenas em transmitir alguns conhecimentos.

Isto também cria uma conexão e disposição diferente do discípulo com seu discipulador. Vejamos alguns exemplos na Bíblia:

a. Como Paulo se relaciona com Timóteo:

I Tm 1.2 – “a Timóteo, verdadeiro filho na fé, graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, ...”

II Tm 1.2 – “ao amado filho Timóteo, graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor.”

I Co 4.17 – “Por esta causa, vos mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo Jesus, como, por toda parte, ensino em cada igreja.”

b. Como Paulo se relaciona com Tito: 

Tt 1.4 – “a Tito, verdadeiro filho, segundo a fé comum, graça e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus ...”

c. Como Paulo se relaciona com Onésimo:

Fm 1.10 – “sim, solicito-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas.”

d. Como Paulo se relaciona com as igrejas:

Gl 4:19 – meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós.”

e. Como João se relaciona com seus discípulos:

III Jo 1:4 – “Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade.”

Podemos perceber que os escritores bíblicos não viam a igreja como uma organização que possuía alguns membros formais. A Bíblia descreve a igreja como uma família em que cada discípulo era considerado como um filho. Assim, as pessoas não estavam participando de uma instituição onde os relacionamentos eram distantes e superficiais. Mas a igreja era como uma família onde os relacionamentos eram muito próximos e de formação integral.

PERGUNTAS: Qual a diferença em nosso relacionamento quando mudamos do conceito de membros de uma instituição (igreja) ou participantes de uma família (igreja)?

Como você se relaciona com as pessoas da igreja, de forma superficial ou de forma transparente como acontece em uma família?

Como podemos criar relacionamentos mais pessoais?

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