Compaixão
Ricardo Wagner, ap.
MOMENTO DA VISÃO: Células. A igreja primitiva iniciou com igrejas nas casas (Rm 16:5, I Co 16:19, Cl 4:15, Fl 1:2). Não existe relato de haver tido alguma construção específica como de um “templo” para abrigar a reunião da igreja até os anos 300 d.C. Pelos estudos de arqueólogos, estima-se que as casas na época da igreja primitiva tinham a capacidade de abrigar no máximo uma quantidade de 20 pessoas, com raras exceções.
Esta foi a época que a igreja mais prosperou e cresceu na história, apesar de toda perseguição da época. Nossas células é exatamente a forma contemporânea daquilo que no passado foram as igrejas nas casas. A reunião em grandes salões só começou a ser realizadas quando o Imperador Constantino construiu basílicas e promulgou uma lei proibindo as reuniões nas casas. Aí começou o “templismo” e a distorção do projeto original de Deus referente a igreja.
QUEBRA-GELO: Você já ajudou alguém que não conhecia em alguma necessidade especial? Como você se sentiu?
INTRODUÇÃO: Praticamente todo Antigo Testamento (com exceção de uma parte do livro de Gênesis) conta a história de Deus com a nação de Israel. Em uma determinada época Israel estava num período de profunda decadência espiritual e moral, marcado pela idolatria, injustiça social e uma religiosidade externa desprovida de sinceridade e obediência, em que a nação havia se afastado de Deus buscando segurança e prosperidade em alianças políticas e práticas pagãs, esquecendo-se da aliança estabelecida com o Senhor.
A falta de "conhecimento de Deus" foi o que o profeta Oséias diagnosticou como o problema central de Israel (Os 4:1,6). E ele adverte: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR” (Os 6:3). Por outro lado, o profeta Jeremias declara que a verdadeira glória não está na sabedoria, na força ou nas riquezas humanas, mas em "conhecer" a Deus, que exerce benignidade, juízo e justiça na terra (Jr 9:23-24).
Conhecer profundamente a Deus e seus atributos produz naturalmente a manifestação Dele em nosso ambiente e em nossas vidas. Por esse motivo vamos entender uma das principais características do caráter de Deus que é a COMPAIXÃO!
1. A COMPAIXÃO DE DEUS REVELADA NO VELHO TESTAMENTO
Frequentemente, associamos COMPAIXÃO a um sentimento de pena ou dó diante do sofrimento alheio. No entanto, a compaixão bíblica vai muito além de uma simples emoção passageira. Ela é um movimento profundo do coração, uma empatia que nos impulsiona à ação, um reflexo do próprio coração de Deus que se inclina para ouvir o clamor dos aflitos.
A palavra hebraica para compaixão, “rahamim”, está ligada à palavra “rehem”, que significa "ventre" ou "útero". Isso nos dá uma imagem poderosa: a compaixão divina é como o amor profundo e protetor de uma mãe por seu filho. É um amor visceral, que sente a dor do outro como se fosse sua e que não mede esforços para aliviar, consolar e restaurar.
Este exato sentimento pode ser visto quando Isaías descreve que Deus sofria com o sofrimento de seu povo Israel o que fazia com que Ele se movesse para os livrar: “Em toda a aflição deles, ele (Deus) se afligia, e o Anjo da sua presença os salvava; pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os redimiu. E ele os susteve e os conduziu todos os dias da antiguidade.” (Is 63:9)
PERGUNTA: Como a compreensão da compaixão de Deus demonstrada no Antigo Testamento, impacta nossa imagem de Deus e nossa relação com Ele hoje, apesar de muitas vezes vermos Deus fazendo justiça?
2. NO NOVO TESTAMENTO JESUS SE MOVIA FUNDAMENTALMENTE EM FUNÇÃO DE SUA COMPAIXÃO
A palavra compaixão aparece 12 vezes no Novo Testamento e todas as vezes se refere a Jesus. Esta palavra expressa o que movia Jesus para fazer o que Ele fazia. Aquilo que o Velho Testamento nos diz que era o caráter de Deus, Jesus encarnou e manifestou isto de forma muito visível. Vejamos alguns exemplos:
Quando Jesus curava os enfermos – Quando um leproso pediu se Jesus queria curá-lo: “E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo!” (Mc 1:41 ARC) (Na época não se tocava leprosos)
Quando Jesus ensinava – Ele via o povo perdido e se movia para ensiná-los: “E Jesus, ... viu uma grande multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas.” (Mc 6:34 ARC)
PERGUNTA: Quais barreiras a compaixão de Jesus quebrou em Seu tempo, e como o exemplo Dele nos desafia a quebrar barreiras semelhantes hoje para demonstrar compaixão?
3. FOMOS CHAMADOS PARA TERMOS O MESMO SENTIMENTO QUE JESUS TEVE
Vimos que o sentimento de COMPAIXÃO foi o que moveu a Deus a livrar seu povo Israel no Antigo Testamento. Também vimos que Jesus, fundamentalmente fez as grandes coisas que realizou movido pela COMPAIXÃO. E agora o apóstolo Paulo nos adverte assim: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:5).
Jesus nos ensina na parábola do Bom Samaritano que o que nos deve mover é a COMPAIXÃO, pois foi exatamente isto que moveu o samaritano a ajudar seu desafeto de Jerusalém, como diz as Escrituras: “Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele (do homem ferido) e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão” (Lc 10:33 ARC). Os outros dois (o levita e o sacerdote), passaram de largo e não ajudaram o homem ferido por não terem COMPAIXÃO.
PERGUNTA: Se quisermos avançar em fazer as obras de Deus em nossas vidas e vermos os resultados que Jesus prometeu, precisamos olhar para dentro de nós e ver se aquilo que pulsa em nosso coração está em consonância com os sentimentos de Cristo ou se estamos centrados exclusivamente em nós mesmos? Como você avalia que está sua vida? O que fazer?
Reunião da Célula
1. Encontro
a. Enquanto as pessoas forem chegando, você pode deixar uma música de fundo rodando no ambiente. Isto ajuda a preparar o ambiente para célula e deixa mais descontraído.
b. Nunca deixe de dar muita atenção para os novos na célula. Eles precisam se sentir especiais (como são).
c. Peça para as pessoas que trouxeram os visitantes, apresentarem estas pessoas. Receba a todos com muita expectativa e amor.
d. Quebra Gelo é uma sugestão. Os quebra-gelos podem ser feitos no início da Palavra ou antes do louvor ou como início da célula. Outra possibilidade é fazer uma dinâmica adicional para o início da célula.
2. Exaltação
a. Se houver possibilidade, cante dois cânticos bem alegres. Se não há quem toque um instrumento, seria interessante que se tenha um aparelho de som e se colocasse uma música pré-selecionada que todos possam cantar juntos. Pode ser até um celular.
b. A presença de Deus é que faz com que as pessoas sejam transformadas na célula. Então valorize este momento para todos entenderem que sobretudo a presença de Deus deve ser valorizada e desejada.
c. Ore pelo andamento da célula e por cada pessoa!
3. Edificação
a. O Momento da Visão é uma oportunidade de estabelecer a cultura da igreja. Pode ser delegado para que um líder em treinamento conduza. Como sugestão, faça entre o louvor e a palavra.
b. Compartilhe a palavra de modo que estimule um ambiente participativo, respeitoso e cheio da presença de Deus.
4. Evangelismo
a. Ore para que cada pessoa da sua célula coloque o foco no propósito de Deus para suas vidas e não duvide que o impossível irá acontecer para que se cumpra o plano de Deus.
b. Ore sempre pelas necessidades das pessoas (pode fazer uso da cadeira da bênção para esta oração).
c. Aproveite para levar as pessoas que ainda não conhecem a Jesus a se entregarem a Ele.
d. Ore pelas pessoas que estão na lista de oração. Faça algo criativo para elas sentirem verdadeiramente que esta lista é muito importante.
e. Dê os avisos necessários.
f. Orem pela liderança da sua igreja e da Rede Apostólica.
g. NUNCA deixe de compartilhar os objetivos da célula, discutir como estão avançando nestes objetivos, estabelecer estratégias e orar por eles. Faça SEMPRE isto.
h. Não esqueça de fazer mensalmente a REUNIÃO FESTIVA para facilitar trazer novas pessoas para a célula.